A casa-ateliê foi concebida para servir como retiro bucólico e local de imersão criativa para uma artista que traz em sua trajetória paisagens rurais como tema recorrente. A casa e o ateliê têm igual importância e, para além de se complementarem nos usos dos espaços, justificam suas existências mutuamente: um não existiria sem o outro. Os principais materiais construtivos – pedra, tijolo, madeira e telha cerâmica – foram escolhidos considerando quatro fatores: disponibilidade na região, familiaridade da mão de obra, contexto e memória. A implantação foi organizada por meio de dois platôs, definidos por muros de arrimo em forma de “L” e posicionados a 45 graus em relação às curvas de nível, de modo que a altura dos arrimos diminui à medida que a topografia sobe, até que suas extremidades encontrem o terreno em nível. A diferença de cota de nível de 1m entre os platôs permite que as duas edificações tenham pés direitos distintos, com telhados alinhados na mesma altura. A casa tem um pé direito mais baixo, proporcionando uma sensação de acolhimento e o controle da temperatura interna. Já o ateliê tem um pé direito mais alto, de modo que as paredes livres sirvam de suporte para as telas de grande formato pintadas pela artista, que chegam até 3x6m.


Ficha técnica:

-Projeto de arquitetura: Gil Barbieri
-Projeto de fundações: Jobson Pereira Passos
-Projeto de instalações hidráulicas e elétricas: Edson Prado de Oliveira

-Coordenação de obra: Engeark – Nelson Barbieri, Roberto A. Andrade, Davi Pezzo Ladeira, Lucas Alves, Marcos Paulo

-Execução de instalações elétricas: Maurício Lourenço da Silva, Carlos Herinque da Costa, José Carlos Mendes